terça-feira, 21 de maio de 2013

Mulheres Negras do Brasil...


      
Elas vieram de longe...muito longe, e foram feitas escravas "caseiras" da casa grande. Hoje mudou... são agora "empregadas" domesticas. 

     Elas já foram denominadas mucamas e hoje são "gentilmente" chamadas de neguinhas, termo bastante interessante que classifica e padroniza todas como se fossem iguais, desprezando suas benditas individualidades.

     Por algum motivo elas deixaram de cuidar de seus filhos para então cuidar dos filhos alheios. Hoje ocorre o mesmo quando trabalham em "casa de familia" durante a semana para somente no final de semana encontrar os seus no seu lar, e não sei o porquê, não são recompensadas devidamente por isso.

      Mas tá maneiro...hoje elas já tem TV em seu quarto, o de empregada, porem só tem tempo de assisti-la  tarde da noite quando por fim, acabam sua labuta, e quando isso não coincide com as visitas indesejadas de patroes e patrõezinhos na madrugada

      A TV é colorida... que bom, só tem um problema! Ela passa todas as cores na tela, exceto a negra, que por algum motivo ainda não tem vez, e ela continua sem representantes na telona e isso as vezes ocasiona lagrimas, pois não se enxergar na sociedade e quase que não existir socialmente.

      Enfim, elas são excluídas implicitamente, e tudo continua na calmaria de sempre .. pois já nascemos assim, já estava tudo montado e pronto quando chegamos a esse mundo e quem seria eu para modificar esses "padrões" sociais pré-estabelecidos? Mas peraê... quem estabeleceu isso? A quanto tempo está assim? Será que estamos sendo inversamente anacrônicos e ainda não percebemos? 

      Acho melhor deixar isso de lado, esse "modus operanti" comportamental não me prejudica em nada. Eu poderia até mexer uma palha, só não sei como e nem por onde começar e alem do mais, isso dá muito trabalho, então vou continuar na minha querida zona de conforto porque time que tá ganhando não se mexe!

    E assim vou levando minha máxima, SEMPRE EM BUSCA DE ALGO...

                                                                                              Leo Manza




   
















Video feito para a apresentação do curso de extensão Gênero e etnia - Mulher negra, da escravidão a contemporaneidade. 

domingo, 5 de maio de 2013

Os Gênios e suas Analogias! #1



         A palavra analogia, deriva do grego análogos, e significa "que tem relação com" ou "proporção", sendo assim o Ponto de semelhança entre coisas diferentes. Na pratica, fazer uma analogia é criar uma situação em que se comparam proporcionalmente duas coisas que se "assemelham" e requer do observador um minimo de sensibilidade e coerência em seus raciocínios.



     O análogo deve ser capaz de compreender os acontecimentos naturais empiricamente para assim poder criar situações proporcionalmente parecidas e não iguais. Mas alem disso, poder criar também comparações gerados por sua imaginação. Com isso, essas engrenagens mentais só podem ser criadas por cabeças pensantes que conseguem enxergar com grande sensibilidade excelentes semelhanças nas simples situações da vida. E como exemplo dessas cabeças temos Luiz Gonzaga, que fazia diversas analogias sobre o nordeste, o nordestino e sua cultura ao som do baião. 
   
      Pensando nisso resolvi registrar algumas dessas belas analogias de variados artistas observadas por mim, e dou inicio com ele msm... Luiz Gonzaga, o Rei do Baião ... ou melhor, o Rei das Analogias!

Assum Preto - Luiz Gonzaga

Tudo em vorta é só beleza
Sol de Abril e a mata em frô
Mas Assum Preto, cego dos óio
Num vendo a luz, ai, canta de dor 

Tarvez por ignorança
Ou mardade das pió
Furaro os óio do Assum Preto
Pra ele assim, ai, cantá mió (...)

(...) Assum Preto, o meu cantar
É tão triste como o teu
Também roubaro o meu amor
Que era a luz, ai, dos óios meus...


OBS: Podemos ver que o cantor descreve o sofrimento de um pássaro tipico do nordeste que foi cegado para cantar melhor e logo apos ele se compara com pássaro dizendo que roubaram seu amor que era a luz de seus olhos e por isso ele cantavam, cantava de tristeza como o Assum preto.

Leo Manza