Elas vieram de longe...muito longe, e foram feitas escravas "caseiras" da casa grande. Hoje mudou... são agora "empregadas" domesticas.
Elas já foram denominadas mucamas e hoje são "gentilmente" chamadas de neguinhas, termo bastante interessante que classifica e padroniza todas como se fossem iguais, desprezando suas benditas individualidades.
Por algum motivo elas deixaram de cuidar de seus filhos para então cuidar dos filhos alheios. Hoje ocorre o mesmo quando trabalham em "casa de familia" durante a semana para somente no final de semana encontrar os seus no seu lar, e não sei o porquê, não são recompensadas devidamente por isso.
Mas tá maneiro...hoje elas já tem TV em seu quarto, o de empregada, porem só tem tempo de assisti-la tarde da noite quando por fim, acabam sua labuta, e quando isso não coincide com as visitas indesejadas de patroes e patrõezinhos na madrugada
.
A TV é colorida... que bom, só tem um problema! Ela passa todas as cores na tela, exceto a negra, que por algum motivo ainda não tem vez, e ela continua sem representantes na telona e isso as vezes ocasiona lagrimas, pois não se enxergar na sociedade e quase que não existir socialmente.
Enfim, elas são excluídas implicitamente, e tudo continua na calmaria de sempre .. pois já nascemos assim, já estava tudo montado e pronto quando chegamos a esse mundo e quem seria eu para modificar esses "padrões" sociais pré-estabelecidos? Mas peraê... quem estabeleceu isso? A quanto tempo está assim? Será que estamos sendo inversamente anacrônicos e ainda não percebemos?
Acho melhor deixar isso de lado, esse "modus operanti" comportamental não me prejudica em nada. Eu poderia até mexer uma palha, só não sei como e nem por onde começar e alem do mais, isso dá muito trabalho, então vou continuar na minha querida zona de conforto porque time que tá ganhando não se mexe!
E assim vou levando minha máxima, SEMPRE EM BUSCA DE ALGO...
Leo Manza
Video feito para a apresentação do curso de extensão Gênero e etnia - Mulher negra, da escravidão a contemporaneidade.